terça-feira, 6 de abril de 2010

As contrapartidas

Ontem, salvo erro, um dos canais noticiosos televisivos apresentou uma curta reportagem sobre as contrapartidas nas grandes aquisições públicas. Para alem dos inevitáveis submarinos o entrevistado, Sr. Joaquim Ventura Leite, referiu também uma recente aquisição de aviões, Airbus, pela TAP.

Se no caso de equipamento militar a negociação de contrapartidas é obrigatório, já nas aquisições civis ela é facultativa. No caso da TAP a Airbus terá proposto a sua negociação pois o negócia ultrapassava os 2 mil milhões de euros.

Referiu o entrevistado que o Estado, pela pessoa do Sr. ministro Mário Lino, optou por um desconto (???). Acredito que tal desconto foi bem negociado; não duvido que o dinheiro abatido no montante que a Airbus recebeu tenha sido deduzido na integra ao valor que o Estado português pagou.

Mas que é estranho, é! E o Ministério da Economia, liderado ao que me parece pelo voluntarioso Ministro Pinho, à matéria disse nada!

Será que a politica destes governantes é tão de curto prazo que prefiram poupar agora uns tostões em lugar de aproveitar a oportunidade para criar um clima favorável para o desenvolvimento da nossa industria?

Infelizmente parece-me bem que sim. Aliás é compreensível no quadro de instabilidade em que eles se sentem: ninguém tem dúvidas que mal surja a mais ténue alternativa de governo ao actual, lá saltam eles. Portanto há que pensar no curtíssimo prazo. Quem vier a seguir que feche a luz.

Recomendo que façam um bom aprovisionamento de pilhas e baterias pois o apagão está para breve.

J. Pestana

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Nota de abertura

Porquê eu com um blogue? Consciente de que começando com uma não resposta, começo mal, digo: porque não um blogue? É grátis, dizem que é fácil, não dará milhões em dinheiro mas talvez os dê em satisfação pessoal (narcisista dum raio, né?) e neste momento não tenho nada de importante que me apeteça fazer. Alem disso o site tem um corretor ortográfico, o que me é extremamente útil pois recuso-me a pagar, 60 ou mais euros, por um corretor para "corrigir" uma ortografia que, a maior parte das vezes, me desagrada - não é muito mais bonito escrever pharmácia, Gerez, Brazil, etc.??? - imposta por uns fulanos que parece não terem assuntos sérios para resolver?

Sexta feira Santa de 2010. 12:10. Faltam 2horas e 50 para respeitar-mos o tradicional minuto de recolhimento. Recordo, com saudade, os tempos passados, de despreocupação inconsciente, em que aguardávamos pela 3 da tarde para, com nossos pais, partilhar o tal minuto de recolhimento.

Bons tempos? Talvez sim, não porque as coisas eram mais fáceis para nós, mas porque se vivia norteado por princípios e projectos, tínhamos crenças indiscutíveis e o futuro perspectivava-se risonho para quem queria trabalhar.

Claro que havia o espectro da guerra, o drama do serviço militar, a militância reviralhista que tudo questionava e atacava. "Fait-divers" numa sociedade estruturada, em que o respeito pela hierarquia, fosse qual fosse a sua natureza, os postergava para um plano inferior.

E por aqui me fico, farto de batalhar com o sacana do corretor ortográfico que tem a desfaçatez de não corrigir os meus erros, apenas assinalá-los. Ou serei eu que o não sei configurar?

Lisboa ás 12 e 35 do dia 02 de Abril de 2010