Ontem, salvo erro, um dos canais noticiosos televisivos apresentou uma curta reportagem sobre as contrapartidas nas grandes aquisições públicas. Para alem dos inevitáveis submarinos o entrevistado, Sr. Joaquim Ventura Leite, referiu também uma recente aquisição de aviões, Airbus, pela TAP.
Se no caso de equipamento militar a negociação de contrapartidas é obrigatório, já nas aquisições civis ela é facultativa. No caso da TAP a Airbus terá proposto a sua negociação pois o negócia ultrapassava os 2 mil milhões de euros.
Referiu o entrevistado que o Estado, pela pessoa do Sr. ministro Mário Lino, optou por um desconto (???). Acredito que tal desconto foi bem negociado; não duvido que o dinheiro abatido no montante que a Airbus recebeu tenha sido deduzido na integra ao valor que o Estado português pagou.
Mas que é estranho, é! E o Ministério da Economia, liderado ao que me parece pelo voluntarioso Ministro Pinho, à matéria disse nada!
Será que a politica destes governantes é tão de curto prazo que prefiram poupar agora uns tostões em lugar de aproveitar a oportunidade para criar um clima favorável para o desenvolvimento da nossa industria?
Infelizmente parece-me bem que sim. Aliás é compreensível no quadro de instabilidade em que eles se sentem: ninguém tem dúvidas que mal surja a mais ténue alternativa de governo ao actual, lá saltam eles. Portanto há que pensar no curtíssimo prazo. Quem vier a seguir que feche a luz.
Recomendo que façam um bom aprovisionamento de pilhas e baterias pois o apagão está para breve.
J. Pestana